Lula sobre acordo de Mariana: "Espero que mineradoras tenham aprendido lição"
Após assinar acordo de R$ 170 bilhões, presidente disse que era mais barato para as empresas ter evitado a tragédia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (15) que o acordo para reparação da tragédia de Mariana (MG) deve ser encarado como uma "lição" pelas mineradoras brasileiras de que "era mais barato ter evitado a desgraça".
🗣️ "Espero que as empresas mineradoras tenham aprendido uma lição. Ficaria muito mais barato ter evitado o que aconteceu, infinitamente mais barato. Certamente não custaria R$ 20 bilhões evitar a desgraça que aconteceu", afirmou Lula, logo após a assinatura do Novo Acordo de Mariana, que envolve R$ 170 bilhões.
Depois de muita negociação sobre o valor final do acordo, Lula disse que esse recurso deve ser usado para "recuperar a desgraça que a irresponsabilidade de uma empresa causou": "Estamos fazendo reparo em uma desgraça que poderia ter sido evitada, mas não foi evitada por irresponsabilidade e ganância de lucro".
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O presidente voltou, então, a fazer críticas ao modelo de corporation da Vale (VALE3). Lula mencionou até os dividendos da empresa, sugerindo que o dinheiro que poderia ter evitado a tragédia de Mariana pode ter sido usado no pagamento de proventos.
"É muito difícil negociar com uma corporation, que a gente não sabe quem é o dono, que tem muita gente dando palpite e que muitas vezes o dinheiro que poderia ter evitado a desgraça que aconteceu é utilizado para pagar dividendos", declarou.
Lula pede responsabilidade do governo na aplicação dos recursos
Além de desferir críticas às mineradoras envolvidas na tragédia de Mariana, Lula pediu responsabilidade do governo na aplicação dos recursos que serão recebidos por meio do acordo.
💰 Dos R$ 170 bilhões do acordo, R$ 38 bilhões já foram desembolsados por Vale, BHP e Samarco, R$ 32 bilhões serão usados pelas mineradoras no pagamento de indenizações e de ações reparatórias e os outros R$ 100 bilhões serão transferidos para o governo federal em um prazo de 20 anos.
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Segundo o Executivo, esses recursos serão direcionados a um fundo gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para serem utilizados em ações de recuperação e reparação socioambiental.
"É preciso que tenha projeto, com cabeça, tronco e membro, para que saiba o que vai acontecer a cada ano, porque agora, se não acontecer, a culpa é nossa", disse Lula aos ministros que devem trabalhar nas ações de reparação previstas no acordo, logo depois de dizer que não sabe qual foi o destino dos R$ 38 bilhões que as empresas já pagaram.

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