Data centers no Brasil: Quais empresas saem ganhando na B3, segundo BTG Pactual
Analistas do banco enxergam potencial de valorização em algumas companhias elétricas.
💰 O Itaú BBA revisou suas projeções para a Eletrobras (ELET3) e elevou o preço-alvo dos papéis para 2026, fixando-o em R$ 63,30, contra os R$ 54,90 anteriormente projetados para 2025.
O banco destaca que a companhia reúne fundamentos sólidos, um cenário favorável para os preços da energia elétrica e ganhos adicionais com a RBSE (Rede Básica do Sistema Existente), o que pode levar a uma reprecificação expressiva da ação.
Segundo a equipe liderada por Fillipe Andrade, a estatal privatizada se tornou “uma das maiores assimetrias de valorização” na cobertura do setor elétrico.
O time ainda aponta que, além da valorização em bolsa, a empresa pode despontar como uma das melhores pagadoras de dividendos nos próximos anos.
O mercado precifica hoje um cenário de forte queda nos preços da energia elétrica nos próximos anos.
A expectativa majoritária é de que o megawatt-hora (MWh) passe dos atuais R$ 310 para R$ 251 em 2026, recuando ainda mais para R$ 213 em 2027, R$ 190 em 2028 e R$ 160 a partir de 2033.
O Itaú BBA, no entanto, enxerga um quadro distinto. Para os analistas, esse consenso é “excessivamente conservador” e não dialoga com a realidade do balanço energético brasileiro.
A projeção do banco é de que os preços se mantenham em níveis mais elevados, sustentados por fatores regulatórios e estruturais.
Entre eles, estão as mudanças no Sistema Interligado Nacional (SIN), que agora avalia a geração de energia hora a hora — e não mais em períodos diários.
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Com a maior participação de fontes intermitentes, como solar e eólica, esse ajuste amplia a necessidade de complementar a geração em horários críticos, o que tende a manter os preços mais altos.
Além disso, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu não alterar os parâmetros de risco usados no cálculo do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), o que também pressiona os preços, já que aumenta a probabilidade de acionamento de usinas térmicas.
O banco ainda cita a introdução de baterias na matriz energética como fator que deve aumentar a demanda e sustentar os preços no médio e longo prazo.
Cada acréscimo de R$ 10/MWh nas projeções de curto e médio prazo teria impacto de 3,6% no preço-alvo da ação, enquanto no longo prazo esse efeito seria de 3%.
Outro ponto decisivo é o acordo firmado entre a União e a Eletrobras em torno da RBSE. O impasse sobre governança e o fluxo de pagamentos havia gerado incertezas no mercado, mas o entendimento trouxe previsibilidade e retirou o risco de ingerência política para redução de tarifas.
Esse fluxo adicional, no entanto, é temporário e se reduz progressivamente até desaparecer, à medida que a ANEEL realiza as revisões tarifárias.
Por isso, a companhia vem detalhando um plano de compensação: aumentar os investimentos em projetos brownfield (ativos já existentes), cuja receita é regulada e previsível.
Os aportes devem crescer dos atuais R$ 3,3 bilhões, projetados para 2024, para cerca de R$ 6 bilhões por ano no médio e longo prazo.
O movimento, segundo o Itaú BBA, ajuda a equilibrar a geração de caixa e a sustentar dividendos robustos, mesmo após o fim dos ganhos extraordinários da RBSE.
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A combinação entre preços de energia mais altos que o consenso, maior clareza regulatória e investimentos em ativos de transmissão coloca a Eletrobras em posição estratégica, avaliam os analistas.
O Itaú BBA acredita que os papéis estão sendo precificados a partir de uma visão distorcida do futuro do setor e, por isso, oferecem um potencial de valorização expressivo.
📈 A research destaca ainda que a empresa pode se consolidar como uma das principais pagadoras de dividendos do segmento, dado o potencial de geração de caixa com menor risco regulatório e operacional.
Analistas do banco enxergam potencial de valorização em algumas companhias elétricas.
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